Apesar da sociedade, as tendências, os media e as redes sociais terem um impacto significativo ao nível do que "deveríamos ser" ou o que é "suposto fazer-se" , é no autoconhecimento e na individualidade que se toma decisões coerentes e consistentes de acordo com o processo evolutivo e vivências de cada um.
Encarar processos de mudança implica, frequentemente, reconhecer medos e inseguranças ou questões até mais profundas, emocionais e inconscientes para o indivíduo.
Perante um determinado desejo, meta, ou consciência de modificação comportamental, encontre a resposta para as seguintes questões:
Qual a intenção por trás desse comportamento que eu quero mudar?
De zero a dez o quanto eu estou comprometido a iniciar já a mudança ?
E o quanto eu tenho intenção de mantê-la daqui a três meses, seis meses e um ano?
Uma estratégia eficaz, sustentada por correntes teóricas da Psicologia, para refletir quando se está perante um desejo de mudança na vida, é conhecer as três necessidades psicológicas básicas: Competência, Autonomia e Pertença. Se o comportamento que se pretende mudar proporcionar a satisfação de uma ou mais necessidades, a inspiração ou motivação para a mudança efetiva será maior e melhor sucedida.
Por exemplo, iniciar a prática de atividade física, sinto-me competente e capaz nesse novo comportamento? Vejo-me a conseguir entrar num ginásio ou sinto-me mais capaz em caminhar na rua? Sinto me capaz de investir uma mensalidade ou prefiro liberdade e natureza? Vejo-me a seguir um plano feito por um especialista ou prefiro ser autodidata na minha prática? Estas questões satisfazem a necessidade de COMPETÊNCIA.
Por outro lado, este novo comportamento traz-me mais perceção de autonomia? Eu posso escolher ou é algo que foi imposto por alguém ou algo? Autonomia não no sentido de independência, mas no sentido liberdade de escolha, sem qualquer pressão. Vou iniciar a prática porque o médico sugeriu? Porque a minha vizinha vai? Estas questões satisfazem a necessidade de AUTONOMIA.
Este novo comportamento transmite-me sentimento de inclusão, relacionamentos positivos, aceitação por parte dos outros? Sinto-me conectado e identifico-me com este novo comportamento e com as pessoas que o adotaram? Sinto identificação com as pessoas que caminham na rua ou com as que treinam no ginásio? O novo comportamento preenche-me a necessidade de estar ligado a algo ou alguém? Estas questões satisfazem a necessidade de PERTENÇA.
É indiscutível que a Vida Humana está em permanente mudança, conflitos e incertezas; onde vai emergindo um Eu em cada uma das diferentes fases de desenvolvimento. A promoção da capacidade de adaptação, o pensamento critico, a criatividade, a flexibilidade emocional, a atitude assertiva, a autoconsciência, autocompaixão, autoaceitação, vai espelhar-se na capacitação pessoal nos processos de modificação comportamental, prevalecendo estas competências, em detrimento da ação por impulso, da procura pela gratificação imediata, no padrão de adiamento ou atitude passiva, ou refletida pela pressão familiar, relacional, profissional ou social.
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